Desde a criação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) pela Lei nº 14.193, em 2021, diversos clubes brasileiros mudaram de associação civil sem fins lucrativos para um modelo empresarial, buscando atrair novos investimentos. Francisco Manssur, co-autor da lei, destaca que a SAF é uma ferramenta eficaz para garantir recursos financeiros que clubes, antes limitados em sua estrutura associativa, não conseguiam acessar. Ele menciona exemplos de clubes como Bahia, Vasco e Botafogo, que estão experimentando um crescimento esportivo significativo devido a esses novos influxos de capital.
Manssur observa que a adoção do modelo SAF tem levado a um aumento na competitividade entre os clubes, com atualmente mais de 58 SAFs em operação no Brasil. Ele ressalta que, dentre as 20 equipes da Série A, oito já adotaram essa nova estrutura, sendo que seis delas estão entre as 10 primeiras colocadas na competição. No entanto, apesar dos avanços, ele acredita que a resistência à mudança persiste em algumas instituições, que mantêm estruturas tradicionais e enfrentam desafios internos, como a influência de conselheiros e a política do clube.
Embora reconheça os benefícios da SAF, Manssur critica a maneira como alguns clubes escolhem seus investidores, sugerindo que essa seleção deve ser mais criteriosa e alinhada com os interesses dos torcedores. Ele defende que o processo decisório precisa ser aprimorado para garantir a sustentabilidade e o sucesso a longo prazo das organizações esportivas. A discussão sobre a implementação da SAF continua, refletindo as complexidades e as nuances do futebol brasileiro na atualidade.