O apagão de energia em São Paulo, que já dura quatro dias, gerou críticas de quatro ministros do governo federal à concessionária Enel, enquanto o prefeito Ricardo Nunes enfrenta desafios na sua campanha de reeleição. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou a falta de planejamento urbano como um dos principais fatores para o problema, responsabilizando a Enel pela interrupção do fornecimento de energia. Ele enfatizou que a prefeitura deve ser proativa em relação à questão urbanística, especialmente no que diz respeito à poda de árvores que afetam o sistema elétrico.
Além das críticas direcionadas à Enel, outros ministros, incluindo o da Advocacia-Geral da União e o da Controladoria Geral da União, ressaltaram a necessidade de ações enérgicas contra a concessionária. O governo estuda a possibilidade de propor uma ação judicial por danos morais coletivos e investigações sobre a atuação de funcionários da Enel e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que também enfrentam questionamentos sobre sua supervisão. Os ministros expressaram preocupações sobre possíveis negligências das administrações locais que podem ter contribuído para a crise.
Os ministros também abordaram a questão da terceirização de serviços na Enel, defendendo uma “primarização” da mão de obra para melhorar a qualidade da distribuição de energia. A expectativa é de que medidas sejam tomadas rapidamente para resolver o problema do fornecimento de energia em São Paulo, e que a Enel responda por suas falhas na comunicação e na gestão das interrupções. O processo administrativo contra a concessionária seguirá os trâmites legais, mas a caducidade da concessão ainda é considerada uma possibilidade remota.