Em resposta à pressão do mercado financeiro por cortes de despesas, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que chegou o momento de considerar seriamente uma revisão estrutural dos gastos públicos. Ela enfatizou que as regras do arcabouço fiscal permanecerão intactas, mas ressaltou que a solução para o problema fiscal do Brasil não pode se basear apenas em aumentos de receita. A ministra também destacou que o governo já cumpriu sua parte em relação à receita e que é imperativo adequar os gastos ao orçamento disponível.
Tebet mencionou que algumas questões, como a política de valorização do salário mínimo, estão fechadas para discussão, reafirmando que a valorização acima da inflação é um compromisso inegociável. Ela abordou a ineficiência das políticas públicas, ressaltando que alocação de recursos públicos em programas que não atendem às necessidades da população não configura justiça social. O foco, segundo a ministra, deve ser o combate a fraudes e o avanço em uma agenda mais estrutural.
A ministra indicou que o pacote de revisão de gastos a ser apresentado ainda neste ano será consideravelmente menor em comparação ao amplo conjunto de propostas em consideração para o futuro. Com o final do ano se aproximando, Tebet enfatizou que o prazo é curto para discutir todas as medidas necessárias. Contudo, a intenção é apresentar o máximo de alternativas viáveis dentro do cronograma legislativo para 2024, com a possibilidade de um segundo pacote de medidas estruturais posteriormente.