O Ministério Público do Rio de Janeiro instaurou um inquérito civil para investigar as condições sanitárias e operacionais do PCS Lab Saleme, responsável por testes de HIV que resultaram na infecção de seis pacientes após transplantes de órgãos. A investigação, anunciada na última sexta-feira (11), busca determinar se o laboratório seguiu os padrões técnicos e as normas sanitárias durante a realização de análises clínicas. O laboratório, localizado em Nova Iguaçu, foi interditado pela Secretaria Estadual de Saúde, e a Promotoria planeja suspender seus serviços a instituições que utilizam seus testes até que as falhas sejam completamente apuradas.
O PCS Lab Saleme, que já realizou mais de 3 milhões de exames nos últimos 12 meses, admitiu indícios de erro humano nos resultados dos testes de HIV, alegando que a situação é resultado de falhas na transcrição. Além disso, a defesa dos sócios do laboratório nega qualquer envolvimento em atividades criminosas. O laboratório, que atuava no setor desde 1969, recebeu críticas por supostamente ter contratado uma profissional com documentação irregular, o que teria contribuído para os erros nos laudos.
As consequências desse incidente são significativas, com novos testes sendo realizados em órgãos de outros doadores, enquanto as autoridades buscam entender a gravidade das falhas. O caso representa uma ocorrência sem precedentes no Brasil, onde, desde 2006, cerca de 16 mil pessoas já passaram por transplantes no estado do Rio de Janeiro. O laboratório teve seu contrato com a Secretaria de Estado de Saúde suspenso, e a Polícia Civil investiga as possíveis irregularidades operacionais que levaram ao ocorrido.