O Ministério Público da França reabriu uma investigação sobre possíveis práticas discriminatórias no processo de recrutamento de jogadores pelo Paris Saint-Germain (PSG). A investigação, que teve início anos atrás, foi retomada em maio deste ano após novas denúncias relacionadas ao uso de perfis de jogadores com base em suas origens raciais ou étnicas. Apesar de o PSG ter encerrado anteriormente um processo interno sem encontrar casos comprovados, a reabertura se baseia em queixas sobre a coleta e armazenamento ilegal de dados relacionados às origens dos potenciais jogadores.
De acordo com a legislação francesa, o armazenamento de dados que revelem origens raciais ou étnicas é proibido. O PSG reconheceu que, entre 2013 e 2018, formulários contendo informações ilegais foram utilizados, mas refutou a responsabilidade por uma suposta política discriminatória. Reportagens indicam que os olheiros do clube eram orientados a classificar os jogadores em categorias baseadas em sua origem, o que motivou novas investigações e denúncias.
A primeira investigação foi impulsionada pela Liga Francesa dos Direitos Humanos, e o clube recebeu sanções, incluindo uma multa de 100 mil euros. Além disso, outras punições condicionais foram aplicadas a funcionários envolvidos. Casos anteriores de discriminação no futebol francês também vieram à tona, revelando discussões sobre cotas informais que limitavam a inclusão de jogadores de determinadas etnias nas seleções nacionais. As revelações geraram preocupações sobre a cultura de discriminação no ambiente esportivo e levaram a um chamado por maior responsabilidade e transparência nas práticas de recrutamento.