A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou a abertura de uma auditoria para investigar o sistema de transplantes no Rio de Janeiro, após a identificação de casos de contaminação por HIV em pacientes que receberam órgãos. A situação envolve dois doadores e seis receptores que testaram positivo para o vírus, levantando preocupações sobre a contratação do laboratório responsável pelos exames, o PCS LAB. A auditoria será conduzida pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS e o laboratório teve suas atividades suspensas e interditadas pela Vigilância Sanitária.
Além da auditoria, o Ministério da Saúde determinou que todos os testes de HIV em doadores de órgãos sejam realizados exclusivamente pelo Hemorio. Também foi solicitada a retestagem de amostras de sangue processadas pelo laboratório privado para identificar possíveis casos não detectados. A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro classificou a situação como inadmissível, criando uma comissão multidisciplinar para apoiar os pacientes afetados e garantir assistência imediata.
O PCS LAB, em resposta à situação, declarou que seguiu as diretrizes do Ministério da Saúde e da Anvisa, e iniciou uma sindicância interna para investigar responsabilidades. A empresa também comprometeu-se a oferecer suporte médico e psicológico aos pacientes. A relação do laboratório com um deputado estadual, que incluiu recursos do governo durante seu mandato, foi mencionada, mas o parlamentar defendeu que não participou da escolha do laboratório, afirmando que a contratação ocorreu após sua saída do cargo, em um processo licitatório conduzido por uma entidade independente.