Quase 30 anos após um ataque de onça, o Papa Francisco reconheceu um milagre atribuído ao padre italiano José Allamano, relacionado à recuperação do indígena Sorino Yanomami. Em 1996, Sorino foi atacado por uma onça, resultando em ferimentos graves, incluindo a perda de parte do cérebro. Apesar das previsões médicas pessimistas e da crença da comunidade de que ele estava morto, missionárias da Consolata oraram pela sua recuperação, acreditando que o milagre seria possível. Sorino sobreviveu e, atualmente, vive sem sequelas em sua comunidade, um testemunho do poder das orações e da fé.
O milagre de Sorino, que ocorreu durante a novena dedicada a Allamano, culminou em sua recuperação impressionante após três meses de tratamento, durante os quais as missionárias se revezavam em seus cuidados. O médico responsável pela cirurgia de Sorino destacou que sua recuperação não possui explicação científica, já que ele deveria ter enfrentado sérios danos neurológicos. Este evento foi um momento marcante para as missionárias, que mantiveram a fé e a esperança mesmo diante da adversidade, demonstrando a força da espiritualidade na superação de desafios.
A canonização de Allamano pelo Papa Francisco, em outubro de 2024, não apenas homenageou sua contribuição missionária, mas também selou a conexão entre sua vida e a história de Sorino. Allamano, que nunca visitou a região Yanomami, fundou a congregação que atendeu Sorino, e sua canonização foi um reconhecimento das graças atribuídas a ele por meio da fé. O evento ressalta a importância do diálogo e do respeito pela cultura indígena nas missões, especialmente em um contexto de crise enfrentado pelo povo Yanomami devido a fatores externos, como a invasão de garimpeiros em suas terras.