Em 1996, Sorino Yanomami, então com cerca de 40 anos, sobreviveu a um grave ataque de onça durante uma caçada na Terra Yanomami. O ataque resultou na perda de parte do couro cabeludo e exposição do cérebro, e, apesar da desconfiança dos médicos sobre suas chances de recuperação, ele foi socorrido por missionárias que atuavam na região. Sob os cuidados de Felicita Muthoni e outras enfermeiras, Sorino recebeu tratamento e suas condições melhoraram de forma inesperada, levando à crença de que um milagre havia ocorrido.
Recentemente, o padre José Allamano, reconhecido por sua contribuição ao trabalho missionário na Amazônia, foi canonizado pelo Papa Francisco. A recuperação de Sorino foi apresentada como um dos milagres que justificaram essa canonização. As missionárias acreditaram que somente uma intervenção divina poderia salvá-lo e, em meio à crise, pediram fervorosamente por sua recuperação, o que acabou sendo reconhecido como um milagre pela Igreja Católica.
A situação dos Yanomami permanece desafiadora, especialmente devido à crise de saúde gerada pela invasão de garimpeiros em suas terras. A missão na Terra Yanomami visa o diálogo e o respeito à cultura indígena, sem promover a conversão religiosa. Com uma área extensa de 9,6 milhões de hectares, os Yanomami enfrentam sérios problemas de saúde, como malária e desnutrição severa, e a situação se agrava com a continuidade das atividades ilegais na região.