Os juros futuros encerraram a sessão com uma leve queda, resultado de uma correção técnica após prêmios considerados elevados, que posicionaram muitos contratos longos próximos a 13% na semana anterior. Apesar da queda, a pressão do dólar e a deterioração nas projeções de inflação indicam um cenário econômico delicado. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 caiu de 12,72% para 12,66%, enquanto as taxas para janeiro de 2027 e janeiro de 2029 também apresentaram recuos. O ambiente financeiro, no entanto, permanece cauteloso devido à preocupação com a situação fiscal do país.
Com a agenda econômica esvaziada e sem novidades significativas na área fiscal, os investidores aproveitaram o momento para realizar ajustes. A equipe econômica se prepara para apresentar propostas ao presidente, visando um avanço na agenda de cortes de gastos. No entanto, muitos analistas não esperam mudanças significativas antes do segundo turno das eleições, uma vez que o governo parece adiar ações até o desfecho eleitoral. O objetivo é escolher propostas viáveis para aprovação até o primeiro semestre de 2025, dado o tempo limitado no Parlamento.
O Bradesco revisou suas projeções para a inflação e a taxa Selic, aumentando as expectativas de IPCA para 2024 e ajustando a previsão para 2025. As preocupações com a desancoragem das expectativas inflacionárias foram destacadas pelo presidente do Banco Central, que enfatizou a necessidade de um choque fiscal positivo para permitir a redução sustentada das taxas de juros. O BC reafirmou seu compromisso com a meta de inflação, destacando que a confiança na política fiscal é essencial para alcançar esse objetivo.