A crescente popularidade de Donald Trump nas pesquisas eleitorais para a presidência dos Estados Unidos está gerando atenção nos mercados internacionais, especialmente na América Latina. Com o pleito se aproximando, as pesquisas indicam um empate técnico entre Trump e Kamala Harris. Uma análise do Bradesco BBI sugere que a vitória de Trump poderia impactar os mercados emergentes, provocando uma valorização do dólar e aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, o que resultaria em desvalorização cambial para países latino-americanos, como Brasil e México, forçando-os a elevar as taxas de juros para controlar a inflação importada.
No contexto brasileiro, analistas destacam que um dólar mais forte e títulos americanos em alta tornariam o real vulnerável, afetando a balança comercial do país. O aumento da volatilidade cambial pode agravar a situação econômica do México, que depende fortemente das exportações para os EUA, enquanto a Colômbia também enfrenta desafios semelhantes, mas pode se beneficiar da diversificação dos investimentos americanos. A dependência das exportações para a China torna as economias latino-americanas vulneráveis a políticas protecionistas que Trump pode implementar, impactando diretamente as exportações de commodities.
Apesar dos desafios, algumas empresas brasileiras e chilenas, especialmente aquelas com forte presença no mercado americano, podem se beneficiar das políticas de desregulamentação econômica e estímulo ao setor energético propostas pelos republicanos. Entretanto, empresas com dívidas em dólar e dependência do mercado interno, como varejistas e do setor de aviação, enfrentam riscos elevados. Além disso, as políticas de imigração restritivas de Trump podem afetar a economia mexicana, enquanto Brasil e Chile podem emergir como alternativas atrativas para investimentos americanos, dependendo da evolução das relações comerciais na região.