A ampliação do mercado livre de energia no Brasil, especialmente para consumidores de menor porte, e a crescente participação de fontes eólica e solar têm impulsionado as atividades no Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE). De acordo com Eduardo Rossetti, diretor da BBCE, a volatilidade no mercado e a busca por segurança na precificação têm motivado as comercializadoras a protegerem seus portfólios, especialmente diante da intermitência das fontes renováveis. A plataforma BBCE se assemelha a uma bolsa de valores, facilitando a negociação de contratos de energia e derivativos, com destaque para os números recordes registrados em setembro, quando foram transacionados 41,9 mil GWh.
O crescimento do mercado é também reflexo da abertura para todos os clientes de média e alta tensão a partir de janeiro de 2024, o que permite a inserção de um número maior de consumidores no ambiente livre. Essa mudança gera novos desafios, como a necessidade de gerenciar sobras e faltas de energia, já que a variação no consumo pode impactar a oferta. Rossetti destaca que, com a total liberalização do mercado, os pequenos consumidores não se tornarão clientes diretos da plataforma, mas as comercializadoras devem aumentar suas transações, visando alocar os riscos de preço.
O cenário competitivo está se intensificando, com a recente introdução de uma segunda plataforma de negociações, a N5X, que visa diversificar ainda mais as opções para os agentes do mercado. Rossetti acredita que essa competição é benéfica, evidenciando o potencial do Brasil para estabelecer um mercado robusto de energia, semelhante a outros mercados internacionais. Com a preparação da BBCE para atender à demanda crescente e a busca por maior autorregulação, o futuro do mercado livre de energia no Brasil parece promissor e favorável ao ambiente de negócios.