Os juros futuros encerraram a sessão de terça-feira, 15, em alta, após uma breve queda inicial. A correção observada foi impulsionada por informações sobre um pacote de contenção de gastos em discussão, mas o mercado demonstrou ceticismo em relação à efetividade das ações do governo. As taxas do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para 2026 e 2027 subiram, refletindo um ambiente de aversão ao risco e a deterioração das expectativas econômicas, exacerbadas por fatores externos como declarações do ex-presidente dos EUA sobre o Federal Reserve e a posição da presidente do Fed de São Francisco.
No cenário internacional, os títulos do Tesouro americano se tornaram um refúgio seguro, resultando na queda dos rendimentos e na pressão sobre ativos emergentes, incluindo o real. O dólar alcançou R$ 5,66, destacando o impacto das commodities em queda e a crescente incerteza no mercado. O analista Luciano Rostagno apontou que a cautela no ambiente global e o ceticismo em relação à capacidade do governo de implementar cortes significativos nos gastos influenciaram a inclinação da curva dos DIs.
A Fazenda, em busca de soluções para a trajetória da dívida pública, estuda a apresentação de um pacote de medidas pós-eleições, que pode ser mais amplo ou restrito. A ministra Tebet enfatizou a necessidade de uma revisão estrutural dos gastos, reconhecendo que a solução do problema fiscal não pode se basear apenas em receitas. O Tesouro realizou uma venda significativa de Notas do Tesouro Nacional, embora os riscos tenham aumentado em relação a leilões anteriores, evidenciando a demanda do mercado por melhores prêmios.