O dólar alcançou seu maior valor intradia desde agosto, cotado a R$ 5,7029, em meio a preocupações persistentes com as contas públicas do Brasil. O real apresentou o pior desempenho entre as moedas emergentes nesta sexta-feira (18), enquanto o dólar à vista subiu 0,69%, acumulando alta de 1,49% na semana e de 4,62% no mês. Apesar de a moeda americana ter se desvalorizado frente a divisas fortes, ganhou força em relação a outras moedas emergentes e de países exportadores de commodities, influenciada por pressões no mercado de petróleo e incertezas sobre o crescimento da China.
Os preços dos futuros de trigo, soja e milho registraram quedas em Chicago, refletindo um cenário de incerteza na demanda global. O petróleo WTI e o Brent também tiveram perdas significativas, com recuos de 2,00% e 1,87%, respectivamente, acumulando uma perda semanal em torno de 8%. Essa volatilidade é atribuída a preocupações com as tensões no Oriente Médio e à desaceleração da economia global, incluindo um crescimento mais fraco do PIB chinês, que caiu para 4,6% no terceiro trimestre.
Durante o pregão, as declarações de autoridades governamentais sobre um novo programa de crédito foram monitoradas, mas não trouxeram clareza sobre a revisão de gastos, um tema central nas discussões de mercado. A falta de medidas concretas em relação ao arcabouço fiscal brasileiro continua sendo um fator de incerteza que impacta a confiança dos investidores. O cenário reflete um ambiente financeiro tenso, com riscos de deflação e a necessidade de ações fiscais para estimular a economia.