As empresas brasileiras captaram R$ 541,9 bilhões no mercado de capitais até setembro de 2024, superando em 15,9% o total do ano anterior, conforme dados divulgados pela Anbima. A maior parte desse valor, R$ 480,7 bilhões, refere-se a papéis de renda fixa, com destaque para as debêntures, que sozinhas levantaram R$ 315 bilhões nos primeiros nove meses do ano, ultrapassando o total de 2023. O presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, Guilherme Maranhão, destacou que o ano está sendo excepcional para emissões, embora essas ainda estejam concentradas em renda fixa.
O setor de infraestrutura se destacou, representando 45,7% do volume total captado em debêntures. O prazo médio dos papéis vendidos foi de 7,9 anos, menor do que os 8,6 anos registrados em 2023. Além disso, houve um aumento no valor das emissões, com 110 operações acima de R$ 1 bilhão realizadas até agora, em comparação com 74 no ano passado. Os fundos de investimento também desempenharam um papel significativo, adquirindo 51,1% dos papéis emitidos no terceiro trimestre de 2024, um aumento em relação aos 27,2% do ano anterior.
Apesar do crescimento no mercado de renda fixa, as ofertas de ações apresentaram resultados decepcionantes, somando apenas R$ 21,8 bilhões, com uma queda de 25% em relação ao mesmo período de 2023. O número de ofertas caiu em 53%, evidenciando um cenário desafiador nesse segmento. O diretor da Anbima, César Mindof, mencionou que as perspectivas permanecem positivas, sugerindo um otimismo cauteloso sobre o futuro das captações no mercado de capitais.