Desde o final de setembro, o dólar apresentou uma alta de 4% em relação ao real, impulsionada por fatores como a postura do Federal Reserve (Fed) em relação a cortes de juros e a deterioração da política fiscal brasileira. Especialistas do mercado apontam que essa tendência pode levar a revisões para cima nas projeções cambiais para o final de 2024, apesar de uma leve expectativa de alívio em relação à recente alta, quando a moeda americana chegou a R$ 5,65.
Entre os principais fatores que influenciam essa pressão, destaca-se a incerteza sobre a política econômica dos Estados Unidos, especialmente considerando a possibilidade da eleição de um candidato republicano, que pode resultar em uma abordagem mais protecionista. Por outro lado, os preços das commodities e os estímulos anunciados pela China adicionam um elemento de imprevisibilidade ao cenário. Recentemente, instituições financeiras, como a Western Asset, revisaram suas estimativas para o câmbio, aumentando a expectativa para R$ 5,50 ao fim deste ano, refletindo a preocupação com o cenário econômico global e nacional.
Adicionalmente, a proposta de um novo imposto sobre os milionários, ligada à promessa de aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda, contribuiu para um ambiente de incerteza no mercado financeiro. A desvalorização do real foi acentuada, fazendo com que o país apresentasse a pior performance entre as moedas emergentes. Com a saída sazonal de recursos nos meses finais do ano, há uma expectativa de maior pressão sobre o câmbio, aumentando a possibilidade de uma depreciação mais acentuada do real, especialmente em um contexto de eleição americana que pode reforçar a força do dólar globalmente.