Os investidores estão atentos às medidas fiscais e parafiscais que o governo está elaborando, que têm gerado preocupações em relação à situação fiscal do Brasil. Essas iniciativas, que não se enquadram como despesas diretas do orçamento, mas ainda assim injetam recursos na economia, têm elevado os juros futuros e pressionado a taxa de câmbio. Durante o Morning Call da XP, o economista-chefe Caio Megale explicou que essas medidas incluem gastos públicos e aportes em fundos, o que, embora não infrinja as regras fiscais, afeta o endividamento público.
Recentemente, houve discussões sobre um pacote de apoio de R$ 4 bilhões às companhias aéreas e outro auxílio financeiro às estatais, ambos classificados como instrumentos parafiscais. A incerteza sobre o impacto dessas medidas no crescimento da dívida pública tem pressionado as taxas de juros de longo prazo, levantando preocupações no mercado. Megale ressaltou que, mesmo que essas ações não estejam diretamente ligadas às regras fiscais, seu efeito sobre o endividamento é significativo.
Além das preocupações fiscais, o economista também comentou sobre a recente alta do ouro, que atingiu recordes devido às tensões geopolíticas, especialmente no Oriente Médio. O preço do petróleo Brent tem variado entre US$ 70 e US$ 80, refletindo não apenas a situação no Oriente Médio, mas também a economia da China, que influencia negativamente os preços das commodities metálicas. Essa situação complexa tem gerado um ambiente de aversão ao risco entre os investidores.