O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou a importância de medidas fiscais para a redução das taxas de juros, enfatizando que a desancoragem das expectativas em relação às contas públicas dificulta o cumprimento da meta de inflação. Durante um evento em São Paulo, ele mencionou que a percepção de um choque fiscal poderia ter um impacto positivo nas avaliações de mercado, especialmente em um contexto de incertezas sobre a transparência das finanças públicas.
Campos Neto comentou sobre as expectativas de reformas administrativas que poderiam ser apresentadas após as eleições municipais. Ele ressaltou que a missão do Banco Central é atingir a meta de inflação, que atualmente enfrenta desafios devido à falta de confiança no equilíbrio fiscal. Além disso, o governo está elaborando medidas para conter gastos obrigatórios, visando estabilizar a dívida pública e sustentar o arcabouço fiscal.
Embora a inflação no Brasil tenha mostrado sinais de convergência para a meta, Campos Neto alertou para a recente estagnação dos índices de preços. O Banco Central iniciou um ciclo de alta nas taxas de juros, elevando a Selic em 0,25 ponto percentual, e está atento aos dados futuros do mercado de trabalho, que, apesar de positivos, ainda não demonstram uma conexão clara com a pressão sobre os preços dos serviços. O presidente do BC finalizou afirmando que será necessário tempo para analisar o cenário antes de fornecer orientações sobre as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária.