A Hypera (HYPE3) anunciou uma série de mudanças que impactaram negativamente suas ações, que chegaram a cair 17,37% após a divulgação de um novo plano para melhorar o capital de giro. A empresa decidiu descontinuar seu guidance para 2024, prevendo uma redução significativa em seu Ebitda e lucros no terceiro trimestre do próximo ano, além de uma queda nas receitas líquidas. O mercado reagiu com desconfiança, com a XP e o Goldman Sachs avaliando as mudanças como prejudiciais, prevendo um impacto duradouro na performance financeira da companhia.
Os analistas destacam que, apesar da estratégia da Hypera para aumentar a geração de fluxo de caixa através da redução de contas a receber e níveis de estoque, as medidas podem comprometer as estimativas de lucros para 2025, considerando a magnitude da queda de receita. O Bradesco BBI, embora reconheça aspectos positivos na iniciativa, optou por manter uma recomendação neutra devido a riscos de execução e à pressão negativa sobre os lucros a curto prazo. A avaliação do HYPE3, em termos de múltiplos, ainda é considerada exigente em um cenário de visibilidade fraca e concorrência intensa.
O JPMorgan e o Morgan Stanley expressaram opiniões mistas sobre o futuro da empresa. Enquanto o JPMorgan vê a avaliação das ações como pouco exigente, o Morgan Stanley destaca a possibilidade de que os lucros em 2025 sejam impactados pela redução de vendas. Ambos os bancos cortaram suas previsões de lucro por ação, refletindo um ambiente incerto para a Hypera. Em um cenário onde a empresa já negocia abaixo de sua média histórica, a necessidade de uma reavaliação cautelosa das expectativas para os próximos anos se torna evidente.