O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou um reforço militar e uma reestruturação significativa no comando das Forças Armadas, com a substituição de líderes em todas as forças militares e nas áreas de inteligência. Essa movimentação, segundo o analista Lourival Sant’anna, visa colocar indivíduos menos expostos a sanções internacionais em posições estratégicas, além de garantir lealdade a Maduro e a seus aliados, como o recém-nomeado ministro do Interior e Justiça.
As alterações parecem seguir um padrão observado em outros líderes autocráticos, com o objetivo de solidificar o controle sobre o poder. O ministro da Defesa, que reiterou seu compromisso com Maduro, permanece em seu cargo, indicando uma continuidade na estratégia de consolidar a lealdade dentro das forças armadas. Sant’anna destaca que essa manobra reflete uma tentativa de Maduro de se perpetuar no poder, evocando uma ameaça externa para justificar ações mais autoritárias.
As tensões com a Guiana são um fator crucial nesse contexto, pois Maduro poderia usar essa situação para criar um clima de insegurança que legitime medidas repressivas internas. Embora uma invasão real à Guiana não seja certa, a retórica agressiva do governo venezuelano está gerando um ambiente propício para o endurecimento da política interna e a perseguição a opositores, apresentando Maduro como o único defensor da soberania nacional em meio a ameaças percebidas.