O cientista político Carlos Pereira, professor da Fundação Getúlio Vargas, sugere que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT) devem declarar apoio à candidatura de Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba, à presidência da Câmara dos Deputados. Essa estratégia visa conter o avanço do projeto de anistia, considerado arriscado para os interesses do governo. Pereira destaca que a articulação em torno da candidatura de Motta pode se fortalecer significativamente com o apoio do PT, tornando-a majoritária.
Pereira argumenta que o PT enfrentaria desafios ao não apoiar Motta, uma vez que isso poderia abrir espaço para a tramitação do projeto de anistia, especialmente em relação a eventos passados. Ele enfatiza que o apoio à candidatura de Motta pode ser uma moeda de troca essencial para o PT, ajudando a bloquear essa iniciativa legislativa, que poderia ter implicações para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Assim, a aliança entre o PT e Motta pode se mostrar crucial na dinâmica política atual.
Além disso, o especialista discorda da visão de que o Executivo estaria em uma posição vulnerável frente ao novo presidente da Câmara. Ele argumenta que o governo federal possui diversas prerrogativas e mecanismos para influenciar o processo legislativo, como a solicitação de pedidos de urgência. Segundo Pereira, apesar de um maior controle do Legislativo sobre o orçamento, o Executivo continua sendo uma força significativa e capaz de articular seus interesses no Congresso Nacional.