O sistema de transplantes de órgãos no Brasil é regido por uma legislação rigorosa que estabelece uma série de exames obrigatórios para todos os doadores. Esses testes visam garantir a segurança dos pacientes que recebem os órgãos, incluindo exames para HIV, hepatites B e C, e outras doenças infecciosas. Além disso, a tipagem sanguínea e hemogramas são realizados para assegurar que os órgãos estejam em condições adequadas para doação. A ocorrência de infecções por HIV em pacientes transplantados em um caso isolado no Rio de Janeiro gerou preocupações, mas especialistas afirmam que o sistema de segurança é robusto e que essa situação não reflete a eficácia do programa.
A doutora Raquel Stucchi, membro da Comissão de Infecção em Transplantes, destaca a importância do diagnóstico preciso e ágil dos doadores. Casos como o do Rio de Janeiro, embora preocupantes, são considerados raros e estão sob investigação. A presença do HIV e do HTLV no organismo do doador impede a doação de órgãos, mostrando que existem barreiras de segurança para proteger tanto os receptores quanto a equipe médica envolvida no processo. Em 2023, o Sistema Nacional de Transplantes foi responsável por um grande número de transplantes, mas a lista de espera ainda é significativa, com mais de 44 mil pessoas aguardando por um órgão.
A doação de órgãos é crucial para salvar vidas, e a médica encoraja aqueles que consideram ser doadores a compreenderem a importância desse ato. Para pacientes transplantados que possam estar inseguros devido aos recentes eventos, é recomendado que busquem orientação em centros de saúde, onde poderão esclarecer suas dúvidas e realizar novos exames, se necessário. A médica reafirma que os casos de infecção por HIV são excepcionais e não comprometem a segurança geral do sistema de transplantes no Brasil.