A comunidade brasileira no Líbano é a maior do Oriente Médio, com aproximadamente 21 mil pessoas, enquanto o Brasil abriga a maior população de libaneses e seus descendentes, estimada em 8 milhões. Recentemente, a Força Aérea Brasileira organizou voos de repatriação em resposta ao conflito entre Israel e Hezbollah, trazendo cidadãos e seus animais de estimação de volta ao Brasil. Esses eventos ressaltam as profundas conexões entre os dois países, que se estabeleceram ao longo dos anos por meio de migrações significativas desde o final do século 19.
A migração libanesa para o Brasil foi impulsionada por fatores como a perseguição religiosa e a escassez de recursos durante o domínio otomano, além de oportunidades econômicas promovidas pelo Imperador Dom Pedro II. Entre 1870 e 1930, cerca de 330 mil libaneses emigraram, com uma parte significativa se estabelecendo no Brasil. O estado de São Paulo se tornou um dos principais destinos, favorecido pela ausência de uma classe média desenvolvida e pela crescente economia cafeeira.
Com o tempo, alguns libaneses e seus descendentes retornaram ao Líbano, mantendo laços culturais e comerciais com o Brasil. Hoje, esses vínculos se refletem em intercâmbios culturais, como a Avenida República do Líbano em São Paulo e a Rua Brasil em Beirute. O comércio entre os dois países continua, com o Brasil exportando bens significativos para o Líbano, mesmo em meio a crises econômicas e sociais, reforçando a importância dessas relações na atualidade.