O fenômeno La Niña, que era esperado para setembro, ainda não se manifestou, e sua ausência está ligada a interações complexas entre fenômenos climáticos, como a Oscilação de Madden-Julian (MJO) e o Global Atmospheric Angular Momentum (GLAAM). Essas influências estão afetando as chuvas em várias regiões do Brasil, especialmente no Centro-Oeste, Sudeste e Norte, com a expectativa de aumento das precipitações nas próximas semanas. A MJO, atualmente se deslocando do Sudeste Asiático para o Oceano Pacífico, está trazendo umidade adicional, o que deve aliviar a seca em estados como Mato Grosso e Goiás.
Além disso, o GLAAM, quando em fase positiva, pode intensificar os ventos em altitudes elevadas, favorecendo a formação de sistemas de baixa pressão e aumentando as chances de chuvas volumosas. A combinação dos efeitos da MJO e do GLAAM sugere que as regiões afetadas experimentarão chuvas mais frequentes, intensas e duradouras. Apesar disso, a presença da MJO ativa e do GLAAM positivo pode também atrasar ou impedir um evento de La Niña mais intenso.
Os modelos climáticos indicam que, embora a expectativa de um evento La Niña nos próximos meses persista, as projeções atuais sugerem que, se ocorrer, será de fraca intensidade e curta duração. Para que um evento seja classificado como La Niña, é necessário que as temperaturas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial Central fiquem abaixo de -0,5°C por três meses consecutivos. No entanto, as condições atuais parecem favorecer um cenário de neutralidade climática com leve viés negativo para o Brasil.