Kamala Harris, a candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, está adotando uma estratégia diferente daquela utilizada por Hillary Clinton em 2016. Enquanto Clinton enfatizou a importância histórica de sua candidatura como mulher, Harris optou por se concentrar em suas qualificações e promessas de governar para todos, minimizando a ênfase em sua identidade de gênero e raça. Essa abordagem busca evitar a alienação de eleitores que podem ter reservas sobre a ideia de uma mulher na presidência, mesmo em um cenário político que já se tornou mais receptivo a essa possibilidade.
A decisão de Harris reflete um estilo pessoal que, ao longo de sua carreira, priorizou a quebra de barreiras sem fazer de sua identidade o foco principal. Observadores apontam que a candidata procura navegar entre o potencial de sua identidade para mobilizar eleitores e o risco de afastar outros. Enquanto a campanha reconhece a importância histórica da candidatura de Harris, ela evita fazer do gênero um tema central, tocando no assunto de forma mais sutil, como em sua defesa dos direitos das mulheres.
O contexto das eleições de 2024 é marcado pela comparação com a campanha de Hillary Clinton, que buscou motivar sua base eleitoral enfatizando sua condição de mulher. A experiência de Clinton e sua derrota para Donald Trump em 2016 mobilizou muitas mulheres na política, resultando em um aumento significativo na participação feminina em cargos públicos. Assim, Harris concorre em um momento em que as eleitoras estão mais familiarizadas com a ideia de ter uma mulher como líder, refletindo uma mudança nas percepções sociais sobre gênero na política americana.