Mariano Fiore Júnior, um dos médicos condenados no infame Caso Kalume, teve seu pedido de prisão domiciliar negado pela Justiça. O médico, de 76 anos, solicitou a possibilidade de cumprir a pena em casa devido a problemas de saúde, mas o tribunal afirmou que ele deve comprovar que o tratamento necessário não é adequado em uma unidade prisional. Essa foi a segunda vez que Fiore fez o pedido, após uma negativa anterior na semana passada.
O Caso Kalume, que remonta à década de 1980 em Taubaté, revelou um esquema ilegal de tráfico de órgãos. O médico que denunciou a prática, Roosevelt Kalume, alegou que médicos retiravam rins de pacientes sem consentimento. A investigação resultou na condenação de três médicos a 15 anos de prisão por homicídio doloso, embora inicialmente a pena fosse de 17 anos e 6 meses. A decisão de prisão foi motivada por uma determinação do Supremo Tribunal Federal, que exige o cumprimento imediato das penas após condenação.
O caso não apenas impactou a vida dos envolvidos, mas também teve repercussões significativas na legislação sobre transplantes de órgãos no Brasil. Após um longo processo investigativo, que durou cerca de 10 anos, o tema foi debatido em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em 2003. A discussão sobre o caso ajudou a moldar a atual regulamentação dos transplantes no país, evidenciando a necessidade de supervisão ética e legal nesse campo.