Os juros futuros encerraram em alta pela terceira sessão consecutiva, refletindo a deterioração da percepção fiscal no Brasil. As declarações do presidente sobre possíveis aumentos de gastos e a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para Pessoa Física geraram apreensão em um mercado já sensível às questões das contas públicas. As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) apresentaram altas significativas, especialmente para os vencimentos mais longos, indicando um pessimismo crescente em relação às medidas fiscais.
Apesar de o mercado estar precificando um ciclo de aperto que poderia levar a Selic a 13%, os prêmios de risco aumentaram, sinalizando a expectativa de que o governo altere as regras fiscais. A discussão em torno da isenção do IR para rendimentos superiores a R$ 5 mil e a proposta de taxar pessoas com renda acima de R$ 1 milhão foram destacadas como estratégias para equilibrar os gastos. Contudo, as incertezas em relação às receitas e a necessidade de debates adicionais sobre compensações financeiras levantaram preocupações sobre a viabilidade dessas medidas.
Com o foco do mercado direcionado para a situação fiscal, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) passou a ser secundária, apresentando uma queda de 0,4% em agosto, que contrariou as expectativas de alta. Essa revisão da série pelo IBGE, que incorporou dados atualizados, revelou receitas anteriormente subestimadas. O cenário econômico atual sugere que, caso as tensões fiscais persistam, o Brasil poderá enfrentar inflação elevada e crescimento reduzido em um futuro próximo.