Os juros futuros encerraram a terça-feira com taxas próximas da estabilidade, após um período de volatilidade, especialmente na parte da tarde. Embora tenha havido um alívio inicial com a queda nos rendimentos dos Treasuries e a arrecadação acima do esperado em setembro, o mercado de juros não conseguiu se firmar em uma tendência de correção, refletindo preocupações com o cenário fiscal. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 subiu levemente para 12,69%, enquanto a taxa para janeiro de 2029 fechou em 12,85%.
O ambiente econômico global foi marcado por uma pressão inflacionária, com os preços de petróleo e grãos em alta, mas a curva de juros brasileira resistiu a essa influência. Especialistas indicam que a precificação atual já considera a Selic necessária para combater a inflação, e a assimetria altista no mercado de juros parece ter se esgotado. A cautela dos investidores é evidente, especialmente diante da expectativa de ajustes fiscais que ainda não foram concretizados.
O presidente do Banco Central reiterou que quedas sustentáveis nas taxas de juros dependem de avanços fiscais. O governo enfrenta pressão para apresentar um ajuste fiscal convincente, visto que as projeções para o IPCA nos próximos anos indicam uma tendência de alta. Enquanto isso, o ministro da Fazenda continua em reuniões para discutir cortes de despesas, mas detalhes ainda não foram divulgados, aumentando a incerteza no mercado.