Os juros futuros registraram alta pela terceira sessão consecutiva, impulsionados pela deterioração na percepção fiscal. As declarações do presidente sobre possíveis aumentos de gastos e a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para Pessoa Física (IRPF) impactaram um mercado já sensível às questões das contas públicas. Durante a semana, as taxas de juro subiram em todos os vencimentos, com destaque para os contratos de longo prazo, como os de janeiro de 2026, que encerraram com taxa de 12,61%, e janeiro de 2027, que subiu para 12,77%.
Apesar de um ciclo de aperto que pode levar a Selic a 13%, o mercado apresenta pessimismo em relação às medidas fiscais propostas, refletindo uma tendência de aumento de gastos. O presidente indicou não apenas a possibilidade de isenções mais altas, mas também a expansão de programas habitacionais e investimentos em aviões para a Presidência. Esse cenário tem gerado adição de prêmios de risco e preocupação sobre mudanças nas regras fiscais conforme se aproximam as eleições.
Em meio a essa incerteza fiscal, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) passou a um segundo plano, com a queda de 0,4% em agosto, contrariando expectativas de leve alta. A revisão da série histórica pelo IBGE, que incluiu dados atualizados de receitas do setor, contribuiu para essa discrepância. Especialistas alertam que a continuidade desse ambiente de incertezas poderá resultar em inflação elevada e menor crescimento econômico no futuro.