Começa nesta segunda-feira (21) o julgamento na Justiça britânica que vai decidir se a mineradora anglo-australiana é responsável pela tragédia do rompimento da barragem de Fundão, ocorrida em 5 de novembro de 2015, em Mariana (MG). A barragem pertencia à mineradora Samarco, uma joint-venture entre a mineradora e outra empresa brasileira. As audiências devem se estender até março de 2025, com a primeira fase iniciando com as declarações iniciais dos advogados das partes e a oitiva de testemunhas.
As audiências incluirão especialistas em direito ambiental, societário e de responsabilidade civil para explicar as leis brasileiras à juíza. Após um recesso de fim de ano, em janeiro, especialistas em geotecnia também serão ouvidos. O escritório de advocacia que representa as vítimas estima que os valores de indenização possam chegar a R$ 230 bilhões, embora ainda não tenha ocorrido definição de valores. A mineradora afirma que a ação no Reino Unido prejudica os esforços de reparação já em andamento no Brasil.
O Movimento dos Atingidos por Barragens acompanha o processo de perto, esperando que a justiça britânica reconheça a gravidade do desastre que resultou em 19 mortes e causou danos ambientais extensivos. Para os representantes dos atingidos, é crucial que as empresas responsáveis sejam punidas de forma justa, considerando os impactos contínuos na vida das comunidades afetadas e no meio ambiente.