O julgamento da mineradora BHP Billiton no Reino Unido teve início para determinar a responsabilidade da empresa pelo rompimento da barragem em Mariana, Minas Gerais, em 2015, que resultou na morte de 19 pessoas e no despejo de 40 milhões de metros cúbicos de resíduos tóxicos no Rio Doce. O escritório Pogust Goodhead, que representa cerca de 620 mil reclamantes, apresentou alegações de que falhas cometidas pelas mineradoras contribuíram para o desastre, destacando a falta de supervisão adequada e a tomada de decisões arriscadas que culminaram na tragédia.
Durante as audiências iniciais, foi destacado que a barragem pertencia à Samarco, uma joint venture entre a BHP e outra mineradora brasileira, que tinha um conselho administrativo repleto de representantes das duas empresas, sem membros independentes. As evidências apresentadas pelo escritório de advocacia afirmam que a BHP estava ciente da situação precária da barragem e das irregularidades no despejo de rejeitos, alegando que a empresa optou por permitir que a Vale continuasse suas operações, mesmo sabendo dos riscos associados.
A BHP refutou as alegações, enfatizando sua operação independente e a colaboração com a Samarco e a Vale para o processo de reparação no Brasil. A empresa afirmou que mais de R$ 38 bilhões foram destinados a compensações e reparações, através da Fundação Renova, criada como parte do acordo com as autoridades brasileiras. O julgamento deve durar até março de 2025, com o escritório Pogust Goodhead iniciando a apresentação de suas evidências e argumentações nos próximos dias.