O julgamento sobre a responsabilidade da mineradora anglo-australiana em relação ao rompimento da barragem em Mariana, ocorrido em 2015, começou na Justiça britânica. O escritório que representa cerca de 620 mil reclamantes apresentou erros que teriam sido cometidos pelas mineradoras, alegando que esses erros levaram ao desastre que resultou na morte de 19 pessoas e na liberação de 40 milhões de metros cúbicos de resíduos tóxicos no Rio Doce. O processo judicial está previsto para durar até março de 2025, começando com as declarações iniciais dos advogados das partes envolvidas.
Durante as audiências, foi destacado que a Barragem de Mariana era propriedade de uma joint venture entre as empresas mineradoras, que teriam exercido um controle significativo sobre as operações da Samarco. Um dos advogados dos reclamantes afirmou que a BHP, pelo seu envolvimento na gestão da Samarco, tinha conhecimento das práticas inadequadas de despejo de rejeitos, que excediam o permitido por contrato. Documentos internos sugerem que a BHP teria orientado a não suspensão do contrato com a Vale, apesar dos altos níveis de despejo de rejeitos, culminando em decisões que poderiam ter contribuído para o colapso da barragem.
A BHP, em resposta às alegações, refutou a afirmação de controle excessivo sobre a Samarco, defendendo que sempre atuou com operações independentes. A empresa enfatizou seus esforços em colaborar com as autoridades brasileiras para a reparação e compensação das comunidades afetadas, destacando a criação da Fundação Renova, que tem destinado recursos significativos para indenizações e reparações ambientais. O processo judicial busca esclarecer as responsabilidades em relação ao desastre e suas consequências duradouras para a região.