O julgamento que analisa a responsabilidade da mineradora BHP no desastre da barragem de Mariana, ocorrido em 2015, entrou em seu segundo dia na Inglaterra. Representantes das vítimas, que incluem 620 mil pessoas, 1.500 empresas e 46 municípios, continuam a apresentar suas alegações, sustentando que as decisões na Samarco, joint venture entre a BHP e a Vale, exigiam o consenso dos acionistas das duas empresas. A defesa aponta que a BHP estava ciente dos riscos associados ao despejo excessivo de resíduos na barragem, mas não tomou medidas para impedir essa prática.
A defesa da BHP será apresentada nos dias 23 e 24 de outubro, quando os advogados da empresa contestarão as alegações feitas. A mineradora declarou que refuta as acusações sobre seu nível de controle na Samarco, enfatizando que a operação e a gestão da joint venture eram independentes. O julgamento, que se baseará na legislação brasileira apesar de ocorrer na Inglaterra, contará com a participação de especialistas em direitos ambiental, societário e civil, além de geotecnia, para discutir os fatores que contribuíram para o rompimento da barragem.
A expectativa é que o julgamento termine em março de 2025, com a decisão inicial da justiça britânica se concentrando na responsabilidade da BHP. Um novo julgamento será necessário para determinar os valores de possíveis indenizações, caso a empresa seja considerada responsável pelo desastre.