Entre setembro e as primeiras semanas de outubro, o Brasil recebeu aproximadamente R$ 43,6 bilhões em investimentos, de acordo com um relatório do Bradesco. Esse montante reflete um ambiente de recuperação, que é observado desde o início do ano. Contudo, a economista Priscila Pacheco alerta que a recente alta na taxa de juros, com a Selic alcançando 10,75% ao ano, pode representar um desafio significativo para a continuidade desse cenário positivo.
Os investimentos estão sendo direcionados principalmente para a modernização de plantas fabris e projetos greenfields, que são iniciados do zero. Essa tendência está alinhada com o crescimento de 5,7% na formação bruta de capital fixo (FBCF) no segundo trimestre, um dos fatores que contribuiu para a alta de 1,4% no Produto Interno Bruto (PIB) do país. A FBCF é um indicador crucial que mede a ampliação da capacidade de produção das empresas.
Apesar do crescimento recente, a trajetória dos investimentos mostra que houve uma queda significativa em 2021, com o número de anúncios caindo de mais de 100 para cerca de 20. Embora os investimentos tenham apresentado uma leve recuperação nos últimos anos, a expectativa é que a economia desacelere nos próximos meses. O aperto monetário pode resultar em um consumo das famílias mais contido e no adiamento de novos projetos, conforme os juros se mantêm em patamares restritivos.