A Prefeitura de São Paulo estima que seriam necessários cerca de R$ 20 bilhões para enterrar a fiação elétrica na região central da cidade, uma medida que poderia diminuir a frequência de apagões, especialmente em condições climáticas adversas. A maioria das falhas no fornecimento de energia durante ventanias e chuvas é causada por árvores e galhos que interferem nas linhas aéreas. No entanto, essa solução é considerada cara e gera preocupações sobre como os custos seriam repassados aos consumidores.
A responsabilidade pelo investimento recai sobre a concessionária de distribuição, que no caso de São Paulo é a Enel. Embora o governo tenha publicado um decreto estabelecendo diretrizes para a renovação das concessões de distribuição entre 2025 e 2031, não há iniciativas em andamento para incluir o enterramento de fiações nos novos contratos. O ex-diretor da Aneel, Edvaldo Santana, explica que o problema tarifário complica a situação, pois repassar esses custos para a tarifa de energia aumentaria o valor da conta para os consumidores.
Além do alto custo inicial, as redes subterrâneas demandam maior tempo de manutenção, mas oferecem mais segurança a longo prazo. Estimativas indicam que apenas 0,3% da rede elétrica da capital é subterrânea, o que evidencia a necessidade de uma transformação no sistema de distribuição. Sem mudanças significativas na infraestrutura, a cidade continua vulnerável a interrupções de energia, especialmente em situações climáticas extremas.