A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) está investigando a infecção por HIV em pacientes que receberam órgãos transplantados. Seis pessoas contraíram a doença após o procedimento, um caso que veio à tona após reportagens destacarem a situação. Dois doadores teriam realizado exames em um laboratório privado com resultados falsos negativos, levantando preocupações sobre a eficácia dos testes de triagem.
Especialistas afirmam que a transmissão de HIV por transplante de órgãos é extremamente rara, mas ressaltam a importância de realizar múltiplos testes nos doadores para garantir a segurança. O infectologista Rubens Pereira explica que erros laboratoriais ou a janela imunológica — o período em que uma infecção não é detectada mesmo com a presença do vírus — podem levar a falsos negativos. Este fenômeno, embora raro, é um risco que deve ser considerado na doação de órgãos.
A doação de órgãos e sangue por pacientes portadores de HIV é estritamente proibida devido ao risco de transmissão, mesmo em casos de carga viral indetectável. Quando ocorre a transmissão, o receptor deve iniciar imediatamente o tratamento pós-exposição, que envolve o uso de medicamentos antirretrovirais. O Brasil tem uma política de distribuição gratuita desses medicamentos desde 1996, visando melhorar a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV e reduzir internações.