Uma investigação conjunta entre a Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo revelou um esquema envolvendo uma facção criminosa que planejava estabelecer uma milícia no litoral sul do estado. O grupo, vinculado ao Primeiro Comando da Capital, recebeu orientações de criminosos no Rio de Janeiro sobre como intimidar empresários locais a optarem por seus serviços de segurança, em vez de contratarem seguranças particulares, muitas vezes policiais aposentados. Para garantir o controle da segurança na região, a facção orquestrou uma série de homicídios contra agentes de segurança que já atuavam no local.
As investigações apontaram que a facção esteve envolvida em pelo menos quatro assassinatos de policiais na região litorânea no ano anterior, com indícios de que as ações da milícia contribuíram para um ambiente de violência crescente. Além disso, surgiram suspeitas de conluio entre políticos e líderes criminosos, que buscavam controlar a violência através de práticas fraudulentas em licitações públicas, favorecendo a facção em contratos municipais. Um membro da facção, proprietário de uma empresa de limpeza, foi identificado como beneficiário de um contrato de R$ 26,9 milhões, levantando questionamentos sobre a integridade das transações públicas na região.
Em resposta a essas atividades criminosas, uma operação resultou na execução de 26 mandados de busca e apreensão em diversas cidades do litoral e na capital paulista. A polícia descobriu indícios de corrupção entre agentes públicos, com alegações de recebimento de propinas para facilitar fraudes em licitações. Os materiais apreendidos estão sob análise, visando aprofundar as investigações e identificar a extensão do envolvimento de autoridades locais no esquema de corrupção e na atuação da milícia.