A Operação Ultima Ratio investiga um suposto esquema de corrupção no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, onde altos salários e pagamentos extraordinários foram identificados. Durante o primeiro semestre do ano, um desembargador aposentado recebeu mais de R$ 200 mil mensais, além de penduricalhos que totalizaram R$ 650 mil, elevando seus ganhos líquidos a R$ 842,2 mil. Os investigadores levantaram suspeitas sobre a origem de uma quantia significativa em dinheiro vivo, encontrada em sua residência, que totalizava quase R$ 3 milhões, e sobre possíveis transações financeiras irregulares.
A operação, conduzida pela Polícia Federal, resultou em buscas em várias residências de magistrados e advogados, com o objetivo de esclarecer indícios de venda de sentenças. Os agentes federais encontraram provas que indicam a prática de corrupção, levando à solicitação de prisão de vários envolvidos, embora a Procuradoria-Geral da República tenha optado pelo monitoramento eletrônico de alguns deles. A investigação também revela que a quantia recebida pelo desembargador e seus colegas está acima da média de remuneração dos magistrados no país, com alguns meses acumulando rendimentos que superam R$ 1 milhão.
O inquérito destaca transações imobiliárias e movimentações financeiras que levantam dúvidas sobre a origem dos recursos utilizados. Um dos casos investigados envolve um pagamento indevido de R$ 5 milhões a uma advogada, que foi posteriormente absolvida de suas acusações. As evidências coletadas sugerem que a corrupção pode ser mais ampla, afetando a integridade do sistema judiciário local e levantando preocupações sobre a continuidade das práticas ilícitas por parte dos magistrados investigados.