A delegada da Polícia Federal Marília Alencar prestará depoimento nesta terça-feira (15) sobre as operações da Polícia Rodoviária Federal durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Marília, que ocupava a diretoria de Inteligência do Ministério da Justiça na época, está sendo investigada por sua possível participação em um esquema que visava impedir o acesso de eleitores a locais de votação no Nordeste. Esse depoimento é o primeiro após seu indiciamento, e foi adiado devido a pedidos de sua defesa por acesso aos autos do caso.
As investigações da Polícia Federal têm como base um boletim de inteligência que Marília teria solicitado a um subordinado, contendo informações sobre a votação de candidatos em diferentes municípios. Esse relatório é considerado pelos investigadores como um indício de que foi utilizado para organizar ações da PRF com a intenção de interferir nas eleições. A PF também encontrou mapas no celular de Marília, indicando locais onde um dos candidatos teve significativa votação, o que levanta preocupações sobre possíveis irregularidades no processo eleitoral.
O novo depoimento de Marília ocorre logo após o interrogatório de seu ex-superior, que também falou sobre o caso. Ambos os depoimentos fazem parte de uma investigação mais ampla sobre alegações de manipulação do processo eleitoral e compra de votos, em um contexto onde as práticas das autoridades estão sendo scrutinadas. A defesa de Marília argumenta que os documentos visavam investigar possíveis fraudes e não tiveram a intenção de prejudicar o pleito eleitoral.