Uma investigação foi instaurada pela Polícia Civil de Duartina, São Paulo, para apurar possíveis indícios de negligência médica que teriam culminado em um aborto em uma adolescente de 14 anos na Santa Casa local. A jovem deu entrada no hospital na noite de 11 de outubro, apresentando queixas de dores abdominais, mas foi diagnosticada com infecção urinária e liberada após exames que não mostraram anormalidades no feto. O médico de plantão, segundo relatos, não realizou um exame físico e decidiu pela alta, mesmo com a gestante ainda com fortes dores.
No dia seguinte, a adolescente retornou ao hospital, afirmando sentir que algo estava saindo dela, mas não foi levada a sério por uma enfermeira, que minimizou a situação. Pouco tempo depois, a jovem sofreu o aborto, com o bebê ainda na placenta, e outro médico foi chamado para tentar a transferência do recém-nascido para a UTI Neonatal, mas sem sucesso. A criança, que pesava mais de 500 gramas, foi declarada morta e a certidão de óbito foi entregue à família uma semana após o ocorrido.
A Santa Casa de Misericórdia de Duartina se manifestou, informando que não fará esclarecimentos públicos em respeito à legislação, mas a coordenadora administrativa afirmou que os eventos não ocorreram conforme relatado e que a instituição colaborará com a Justiça, disponibilizando todos os prontuários médicos. O caso foi registrado na delegacia como maus-tratos e omissão de socorro, e as investigações continuam.