A Operação Churrascada investiga supostos esquemas de corrupção envolvendo um desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, onde um servidor relatou à Polícia Federal que as transferências realizadas para o magistrado estavam relacionadas a uma campanha de doação de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19. O servidor afirmou que o desembargador adquiriu as cestas e que ele o reembolsou com recursos arrecadados junto a outros magistrados e servidores, ressaltando que a iniciativa visava ajudar servidores terceirizados em dificuldades financeiras.
O depoimento do servidor contraria as alegações sobre um esquema de “rachadinha” no gabinete do desembargador e sugere que as transferências bancárias foram mal interpretadas. A investigação começou após a quebra de sigilo bancário do magistrado, que revelou depósitos que coincidiam com o vencimento de faturas de cartões de crédito, o que levantou suspeitas sobre a origem dos valores. O servidor apresentou documentos, e-mails e cupons fiscais para comprovar que os recursos transferidos estavam ligados às doações.
O servidor enfatizou que nunca utilizou dinheiro público ou de terceiros para fins pessoais, afirmando que sobrevive exclusivamente com seu salário. A campanha de doação, que teve início em junho de 2020, envolveu a entrega de cestas básicas mensalmente, atingindo um total de 70 doações até março de 2021. Essa ação solidificou a tradição de solidariedade na Seção Criminal do Tribunal, demonstrando um amplo engajamento entre os participantes.