O presidente da Voepass Linhas Aéreas, durante depoimento na Câmara dos Deputados, afirmou que a aeronave envolvida no acidente em Vinhedo, que resultou na morte de 62 pessoas, estava em plenas condições de voo após manutenção realizada na noite anterior. Ele expressou solidariedade às famílias das vítimas e destacou que os pilotos da companhia eram treinados para lidar com condições adversas, como o acúmulo de gelo, uma das linhas de investigação do acidente. O presidente também repudiou relatos de práticas inadequadas, como o uso de um palito para acionar o equipamento de degelo.
O relator da comissão de investigação questionou a possível negligência dos pilotos por não comunicarem à torre de controle problemas com o equipamento de degelo antes da descida. Ele levantou a hipótese de que a falta de comunicação poderia ter contribuído para o acidente, sugerindo que penalizações poderiam estar relacionadas à decisão de não reportar a situação. O presidente da Voepass defendeu que a análise das investigações pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) esclarecerá as circunstâncias do acidente, incluindo a intensidade do gelo e o funcionamento do sistema de alerta da tripulação.
Em um relatório preliminar, o Cenipa constatou que os pilotos não relataram nenhuma emergência à torre de controle antes da queda. A conclusão das investigações, que pode levar meses, busca não apenas entender os fatores que levaram ao acidente, mas também propor mudanças na legislação que possam aumentar a segurança do tráfego aéreo, evitando futuros incidentes. A comissão enfatizou que seu objetivo não é apurar culpados, mas sim promover melhorias na segurança das operações aéreas.