A Alfândega da Receita Federal está intensificando o combate ao tráfico de drogas no Porto de Santos, especialmente em direção a países como Austrália, Hong Kong e Cingapura. Uma nova norma, em vigor desde o início do mês, determina que contêineres destinados a essas localidades, bem como a Indonésia e Taiwan, sejam submetidos a escaneamento antes de acessar os terminais portuários. A medida foi adotada em resposta ao aumento das apreensões de cocaína, como a recente apreensão de 46 quilos ocultos em um contêiner refrigerado, que tinha como destino o Porto de Sydney.
Investigações indicam que organizações criminosas estão adquirindo drogas em países vizinhos a preços que variam entre US$ 1,2 mil e US$ 1,4 mil por quilo, revendendo-as a valores significativamente maiores na Europa e na Ásia, onde os preços podem alcançar até US$ 150 mil. No ano anterior, foram confiscadas 7,1 toneladas de cocaína no Porto de Santos, com a Europa sendo o principal destino. Em resposta ao crescimento do tráfico, os criminosos estão diversificando suas rotas, utilizando portos menores e embarcações de menor porte para evitar a detecção pelas autoridades.
Para fortalecer a fiscalização, a Receita Federal conta com uma infraestrutura robusta, que inclui 17 scanners e mais de 3 mil câmeras de monitoramento, além de realizar cerca de mil inspeções físicas anualmente. A operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Porto de Santos, envolvendo aproximadamente 400 militares, deve se estender até maio, com possibilidade de prorrogação. A ampliação do uso de escaneamento é considerada uma estratégia eficaz, embora a adaptação das táticas pelos traficantes represente um desafio contínuo para as autoridades.