A assistência médica no Brasil enfrenta desafios significativos, especialmente em relação aos custos e à acessibilidade. Francisco Junior, diretor de tecnologia da startup Lean Saúde, enfatiza que a inteligência artificial pode ser uma ferramenta crucial na otimização da gestão em saúde. Segundo ele, é necessário direcionar esforços para a redução de desperdícios e fraudes, ao invés de focar apenas nas necessidades reais dos pacientes, contribuindo assim para a sustentabilidade do sistema de saúde, tanto no SUS quanto na saúde complementar.
A concentração do mercado de planos de saúde no Brasil tem gerado dificuldades para empresas de pequeno e médio porte, limitando as opções para os consumidores e restringindo a concorrência. As aquisições de operadoras por grandes grupos têm resultado na verticalização da gestão de clínicas e hospitais, o que pode diminuir a competitividade e aumentar o controle das operadoras sobre os serviços prestados. Nesse cenário, o desenvolvimento de ferramentas que permitam que operadoras menores se mantenham no mercado é fundamental para garantir um ambiente competitivo saudável.
A Lean Saúde utiliza inteligência artificial para identificar ineficiências, como procedimentos médicos desnecessários e fraudes em reembolsos, além de otimizar processos de alta complexidade. Junior destaca a importância de conciliar a análise de dados com a supervisão médica, realizando visitas regulares para avaliar a real necessidade de internação dos pacientes. Essa abordagem integrada pode ajudar a melhorar a eficiência do sistema de saúde, tornando-o mais sustentável e capaz de atender um maior número de pessoas com os recursos disponíveis.