A catarata, uma das principais causas de cegueira no mundo, afeta especialmente a população idosa. Recentemente, um grupo de pesquisadores brasileiros, liderado pelo oftalmologista João Marcelo Lyra, desenvolveu a lente Galaxy, com um design espiral inovador que promete minimizar distorções visuais comuns em lentes tradicionais. Essa nova lente foi projetada para superar as limitações das lentes intraoculares multifocais, que frequentemente causam halos e diminuição do contraste, comprometendo a visão noturna.
O tratamento atual para a catarata envolve a facoemulsificação, onde o cristalino opaco é removido e substituído por uma lente intraocular. A Galaxy se destaca por sua estrutura em espiral refrativa, que proporciona uma sensibilidade superior ao contraste e melhora a qualidade da visão em diversas distâncias, permitindo que os pacientes relatem menos dependência de óculos e melhor adaptação, especialmente à noite. Estudos indicam que a nova lente reduz em até 60% os efeitos adversos associados a modelos trifocais.
O desenvolvimento da Galaxy foi acelerado por um modelo computacional e inteligência artificial, permitindo a criação do protótipo em apenas quatro anos, em vez dos sete a oito anos usualmente necessários. A lente já recebeu aprovação para comercialização na Europa e espera-se que esteja disponível no Brasil até 2025, com a expectativa de melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes que enfrentam a catarata, uma condição frequentemente associada ao envelhecimento.