Em 21 de outubro de 2024, teve início no Reino Unido o julgamento que busca reparação financeira para milhares de vítimas da tragédia de Mariana, ocorrida em 2015, quando a barragem do Fundão se rompeu. O processo, considerado um dos maiores casos ambientais coletivos do mundo, envolve 620 mil ações de indenização de indivíduos, comunidades, prefeituras e empresas que sofreram danos. A defesa alega que a justiça britânica é mais adequada para esse tipo de ação, já que a mineradora envolvida opera sob legislação britânica. Os pedidos de indenização somam cerca de R$ 230 bilhões.
As repercussões da tragédia são sentidas até hoje, com o impacto ambiental e social ainda sendo discutidos pelas comunidades afetadas. A situação é complexa, uma vez que existem processos tanto no Reino Unido quanto no Brasil, onde as ações judiciais e acordos de reparação estão em andamento. A BHP, uma das empresas envolvidas, argumenta que já está atuando na Justiça brasileira e que os processos no Reino Unido representam uma duplicação desnecessária.
Além do julgamento no Reino Unido, o processo criminal relacionado ao rompimento da barragem aguarda julgamento na Justiça Federal de Minas Gerais. A Fundação Renova, criada para reparar os danos, já destinou R$ 37,83 bilhões às ações de compensação, embora advogados das vítimas considerem que os acordos no Brasil não são suficientes. O debate sobre a responsabilidade da BHP e as indenizações continua, com a expectativa de que os montantes a serem pagos, se houver condenação, sejam discutidos apenas em 2026.