A prévia da inflação oficial no Brasil, medida pelo IPCA-15, registrou um aumento significativo de 0,13% em setembro para 0,54% em outubro, influenciada principalmente pelos crescentes preços da energia elétrica e dos alimentos. Esse resultado elevou a taxa acumulada em 12 meses de 4,12% para 4,47%, próximo ao teto da meta estipulada pelo Banco Central, que é de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual. Analistas apontam para uma deterioração nas métricas qualitativas da inflação, o que pode levar a um aperto monetário mais severo na próxima reunião do Comitê de Política Monetária.
A alta nos preços afetou oito dos nove grupos de produtos e serviços analisados, com destaque para os gastos com Habitação, que subiram 1,72%, e a energia elétrica residencial, que teve um aumento de 5,29%. Além disso, o setor de Alimentação e Bebidas teve uma elevação de 0,87%, impulsionada pelo aumento nos preços do leite e das carnes. A aceleração dos serviços subjacentes, que exclui itens com maior volatilidade, foi notada como um fator que intensifica as pressões inflacionárias, evidenciando riscos adicionais para a política monetária.
Durante reuniões do FMI em Washington, o ministro da Fazenda expressou preocupação com os impactos da seca sobre a inflação, embora mantivesse a expectativa de que a inflação anual se mantivesse dentro da meta. Ele ressaltou que os resultados atuais estão mais relacionados ao câmbio e à seca do que a um aumento generalizado dos preços. As previsões indicam uma inflação de 4,6% para 2024, com viés de alta, refletindo a incerteza sobre a evolução dos preços, especialmente em relação à energia elétrica.