A inflação na zona do euro apresentou um aumento inesperado em outubro, alcançando 2%, em comparação a 1,7% em setembro. Esse crescimento foi impulsionado, principalmente, pelos altos custos de alimentos e energia, superando as previsões que apontavam para uma taxa de 1,9%. O Eurostat também revelou que um índice que exclui itens voláteis, como alimentos e energia, manteve-se em 2,7%, acima das expectativas. Esses dados sugerem que a inflação ainda não está totalmente controlada, o que reforça a cautela do Banco Central Europeu (BCE) em relação a possíveis cortes nas taxas de juros.
Além disso, a queda da inflação, que chegou a dois dígitos há dois anos, é vista com otimismo por alguns economistas, que acreditam que a taxa poderá retornar ao objetivo de 2% do BCE no primeiro semestre de 2025. Entretanto, essa perspectiva de uma rápida recuperação tem gerado debates sobre o risco de a inflação ficar abaixo da meta, o que poderia levar o BCE a considerar medidas de estímulo. Embora essa ideia tenha sido discutida, as vozes conservadoras no BCE ainda defendem uma abordagem mais cautelosa.
Por fim, a inflação de serviços continua a crescer rapidamente, permanecendo em 3,9%, e os salários estão aumentando a um ritmo superior ao considerado consistente com a meta do BCE, que é de 3%. A taxa de desemprego, que se mantém em 6,3%, também indica um mercado de trabalho apertado. Esses fatores elevam a preocupação sobre a pressão inflacionária futura, levando a um cenário em que decisões sobre política monetária devem ser tomadas com extremo cuidado.