A inflação climática tem contribuído significativamente para o aumento do preço do café no Brasil, que já subiu mais de 30% apenas em 2024. Minas Gerais, responsável por mais de 50% da produção de café do país, tem enfrentado uma série de eventos climáticos adversos. Após um recorde de produção em 2020, a região sofreu com uma seca severa e uma geada em 2021, que afetaram as colheitas nos anos seguintes. A seca deste ano, considerada a maior desde 1974, resultou em 33% menos chuvas do que a média histórica, o que gera preocupações sobre a produção de café para 2025.
A falta de água tem um impacto direto na qualidade e na quantidade da produção de café, uma vez que as flores da planta necessitam de umidade para se desenvolverem em grãos. Muitos cafeicultores tentam implementar irrigação para mitigar os efeitos da seca, mas apenas 5% da produção total de café no Brasil é irrigada. Essa situação tem levado os produtores a buscarem alternativas financeiras para lidar com os altos custos da irrigação e a queda na produção, que caiu drasticamente devido às altas temperaturas e ao desequilíbrio nas populações de pragas.
Mesmo que a situação climática melhore com a chegada de chuvas, as previsões indicam que os preços do café não devem cair. Em um cenário otimista, os preços permanecerão estáveis, enquanto a expectativa é que a próxima safra também seja menor, intensificando a chamada inflação climática. O panorama atual levanta preocupações sobre a sustentabilidade da produção de café no Brasil, um dos produtos mais icônicos do país.