Durante a COP16, conferência da ONU sobre biodiversidade em Cali, na Colômbia, indígenas de nove nações da Amazônia estabeleceram o G9, uma nova coalizão destinada a consolidar demandas locais e pressionar governos pela proteção do bioma amazônico, dos povos tradicionais, da biodiversidade e do clima global. Representantes do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela se uniram para definir estratégias conjuntas, com a delegação brasileira enfatizando a reivindicação de copresidência do Brasil na COP30 e a proibição da exploração de petróleo e gás na região.
O G9 funcionará sem uma sede fixa e tomará decisões por consenso entre seus membros. Uma das primeiras demandas do grupo é o reconhecimento dos povos tradicionais como autoridades morais na preservação dos biomas. Os indígenas destacam a necessidade de financiamento para suas iniciativas de proteção ambiental e afirmam que seus conhecimentos são cruciais para mitigar a perda de biodiversidade. A Coiab, parte da Apib, representa o Brasil dentro do G9 e é uma entidade central na luta pelos direitos indígenas.
O coordenador-geral da Coiab, Toya Manchineri, mencionou que o G9 será um espaço para fortalecer o movimento indígena na Bacia Amazônica e debater soluções para mudanças climáticas. Entre as propostas apresentadas estão a conservação da biodiversidade, a garantia de direitos territoriais, o financiamento direto para comunidades e a proteção de povos indígenas em isolamento. Além disso, o G9 visa promover a formação de lideranças indígenas e a unidade entre os movimentos da Amazônia, reforçando a importância da colaboração entre os povos tradicionais na luta por seus direitos e pela preservação ambiental.