O asilo-colônia Pirapitingui, localizado em Itu, São Paulo, abrigou, em seu auge, cerca de quatro mil pessoas diagnosticadas com hanseníase. Com o estigma e a desinformação em torno da doença, muitos pacientes e suas famílias foram segregados, levando a separações forçadas. Em novembro de 2023, uma nova lei foi aprovada, prevendo indenizações para os filhos de pessoas afetadas, mas até o momento, a regulamentação da lei ainda não ocorreu, impedindo que as vítimas solicitem reparação.
O Movimento de Reintegração dos Acometidos pela Hanseníase (Morhan) foi fundado em 1981 por sobreviventes da segregação, com o objetivo de promover os direitos humanos dos afetados e reintegrá-los à sociedade. Com a abertura das colônias e o fim do isolamento compulsório, o movimento busca não apenas ajudar os ex-pacientes, mas também educar a sociedade sobre a hanseníase e combater o preconceito que ainda persiste.
Depoimentos de vítimas, como o de uma mulher cujo pai e mãe se conheceram no asilo e foram forçados a deixar sua filha ao nascer, ilustram o impacto emocional e social da segregação. Histórias de resiliência e superação destacam a luta contínua dessas famílias, que ainda esperam por justiça e reconhecimento diante das dificuldades que enfrentaram ao longo das décadas.